Buda |
Existem muitas ramificações do Budismo e não pretendo abordá-las nesse pequeno texto, pois levaria muito tempo de pesquisa e fugiria do objetivo do tema "passeio pelas religiões do planeta", que passaria a se chamar "odisséia pelas religiões do planeta" de tão complexa e detalhada é cada uma dessas ramificações.
Caso vocês queiram uma visão um pouco mais aprofundada sobre a religião budista, entrem no site Wikipédia que lá o assunto está bem mais detalhado, incluindo indicações bibliográficas interessantíssimas (como exemplo, o livro do jornalista Heródoto Barbeiro - Buda: o mito e a realidade, Ed. Madras, 2005). O link é: http://pt.wikipedia.org/wiki/Budismo#Bibliografia.
Mas o meu objetivo é ressaltar os princípios básicos do Budismo, a essência de todo o legado que Buda deixou à humanidade.
É muito interessante o fato de Buda ter nascido na Índia, pois a maioria dos termos e grande parte dos conceitos são muito parecidos com o Hinduísmo (religião que abordarei na próxima segunda), já que possuem uma raiz linguística comum: o sânscrito.
Buda deixou muito claro sobre as causas do sofrimento do Ser Humano, bem como o caminho para superá-las, como encontramos nas Quatro Nobres Verdades:
1º Nossa vida, da forma que conhecemos, só leva ao sofrimento e à dor (física e psíquica), à insatisfação que nunca se cessa (dukkha);
2º O desejo (trishna) como causa do sofrimento, ou seja, o apego do ser ao mundo fenomênico e à falsa identificação com o Eu, com a individualidade;
3º o estado de iluminação (bodhi) só é alcançado quando se cessa o desejo, quando descortinamos o véu da ilusão (maya). Aí sim o sofrimento tem seu fim; e, finalmente
4º esse estado é alcançado pelos caminhos ensinados por Buda.
Esses são os 4 pilares do Budismo.
Acredito muito que Buda deixou algumas dicas de como nossa mente deveria se abrir para as revelações da metafísica que o ser humano iria receber nos 2 milênios seguintes, pois trilhar o Caminho do Meio - principal princípio budista - prega a moderação (não-extremismo), o meio-termo entre os conceitos metafísicos (discernimento), a ilusão da dualidade através do nirvana (perfeita iluminação) e o conceito do vazio (sunyata) que não significa negar tudo o que existe, mas não se identificar com o que é aparente e transitório.
Buda põe fim ao sofrimento através do Nobre Caminho Óctuplo. Não vamos detalhá-lo, mas podemos mencionar seus 3 grupos principais:
Prajna: sabedoria purificadora da mente que se divide em drsti (a verdade na sua essência) e samkalpa (a intenção, a renúncia, a liberdade);
Sila: a ética, a moral, a abstenção dos atos nocivos;
Samadhi: iluminação que é atingida pela disciplina da mente através de 3 caminhos: vayama (dedicação para o aperfeiçoamento), sati (ver as coisas claramente dentro de si mesmo, sem desejo ou repulsa) e samadhi (através da meditação correta).
O princípio da Impermanência também norteia os seguidores da religião. Esse princípio afirma que a vida é um fluxo constante e nada é imutável. O termo "para sempre" pode ser banido do linguajar cotidiano, quando este diz respeito ao estático, pétreo. Isso lembra muito os pré-socráticos, notadamente Heráclito, quando afirma que um rio nunca é o mesmo... o conceito do "devir".
Para terminarmos, é bom afirmar que o Budismo, como o Hinduísmo e, atualmente, as religiões espiritualistas, também afirma que as consciências têm várias vidas terrenas (Reencaração) e que estamos presos numa roda de ilusão (Samsara), sujeitos à Lei de Causa e Efeito (Karma).
Agora, tendo a liberdade dar uma opinião pessoal, acredito que a Lei do Karma seja a mais coerente com o pensamento científico, já que Karma (do sânscrito: ação) implica que toda ação desencadeia uma reação e, geralmente de igual intensidade. Ou seja, tudo o que fazemos sensibiliza o meio em que vivemos... Resumindo: Não temos nada a reclamar e sim, criar novas atitudes para atrair novos resultados!
É isso gente!!! Muito obrigado por ler esse artigo e desejo à todos uma ótima semana, cheia de ações produtivas e sempre de mente aberta ao novo, abandonando tudo que nos aprisiona a conceitos estáticos e enferrujados... quem sabe assim o sofrimento vai embora... Abraço à todos!!!
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