Oxalá (representação) |
Muito bem! Hoje pretendo abordar brevemente sobre a Umbanda, uma religião muito mal interpretada por muitas pessoas que não conhecem sua origem, propósitos e doutrina. Antes de que alguém pense que Umbanda é coisa de macumbeiro, gostaria de elucidar sobre origem da própria palavra MACUMBA. Para não falhar na definição, retiro um texto do site do grupo Espírita Umbandista Céu Esperança, fundado por um dos grandes estudiosos desse país, o médium Géro Maita, que traz essa palavra dentro da exatidão de seu significado.
Vamos lá:
"A primeira definição de Macumba que se encontra em qualquer dicionário é de: antigo instrumento musical de percussão, espécie de reco-reco, de origem africana, que dá um som de rapa (rascante); e Macumbeiro é o tocador desse instrumento. (...) Macumba é uma madeira extraída de uma árvore na África que compõem o “atabaque” que também é conhecido como “tambor” na tradução do nome acima citado.
Encontramos no cotidiano praticantes de outras vertentes religiosas ligando este nome ao uma possível má ação que seja praticada dentro da Umbanda o que não tem cabimento algum.Para julgar é preciso conhecer e conhecimento é o que mais falta por parte daqueles que julgam. Macumba não denomina culto religioso, mas sim um instrumento de percussão somente. (...)" Fonte: http://ceuesperanca.com.br/textos/o-que-e-macumba/
O surgimento da Umbanda se deu no início do século XX e, à semelhança da forma em que foi revelado o espiritismo, veio pelo plano espiritual, através do jovem médium Zélio Fernandino de Moraes no estado do Rio de Janeiro, mais precisamente em Niterói, no dia 15 de novembro de 1908. Naquela época, o movimento espírita no Brasil se iniciava dentro da dogmática Kardecista e, nos centros espíritas, não se viam manifestações de entidades espirituais de negros e índios, por simples discriminação racial e por "achismos" de que espíritos desse tipo eram ligados à "feitiçarias" e "baixo espiritismo".
Foi nesse contexto que o espírito que se denominava "Caboclo das 7 Encruzilhadas", revelou-se, através de Zélio, dentro da Federação Kardecista de Niterói, afirmando o seguinte:
"Deus, em sua infinita bondade, estabeleceu a morte como o grande nivelador universal. Rico ou pobre, poderoso ou humilde se igualam na morte, mas vocês, que são preconceituosos, descontentes por estabelecer diferenças apenas entre os vivos, procuram levar essas diferenças até além da morte. Por que não podem nos visitar os humildes trabalhadores do espaço se, apesar de não haverem sido pessoas importantes na Terra, também trazem importantes mensagens de Aruanda*? Por que não receber os caboclos e pretos-velhos? Acaso não são eles também filhos do mesmo DEUS?" Fonte: Livro Aruanda, capítulo 1, pág. 29, § 2º por Ângelo Inácio (Espírito); psicografado por Robson Pinheiro.
Daí, surgiu a Umbanda, religião que traz a união dos conceitos doutrinários codificados por Allan Kardec com os conhecimentos das leis da natureza através do contato com os Orixás (palavra de origem yoruba que se traduz, de uma forma mais sucinta, como as manifestações do Grande Deus ou Olorum).
São 10 os fundamentos umbandistas **:
1 – A existência de Deus único;
2 – A filosofia religiosa universal;
3 – A existência dos Orixás, entidades evoluídas e sua atuação nos campos vibratórios da Natureza;
4 – A reencarnação;
5 – A Lei de Causa e Efeito;
6 – A existência de outras vidas, de outros Planos e de outras Linhas de Evolução;
7 – A natureza trina do Homem – espírito, alma e corpo;
8 – A Mediunidade;
9 – A manifestação dos Guias Espirituais, ainda em evolução nos Planos
intermediários, e que são os mensageiros dos Orixás;
10 – A prática do Bem.
Não pretendo aqui esgotar o tema sobre a Umbanda, só pretendo trazer à tona alguns pontos básicos para elucidar e, se possível, retirar qualquer forma de ideia pré-concebida ou preconceituosa que ouço muitas pessoas dizendo sobre essa valorosa religião!
Um abraço à todos!!!
* Aruanda: plano espiritual
** conforme a ATA DA SEGUNDA CONVENÇÃO NACIONAL DO CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DA UMBANDA – 25 DE AGOSTO DE 1978.
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