segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Tempos de Renovação!

Oi gente!

Neste último blog do ano, além de desejar à todos um Feliz 2013, faço um convite à reflexão do que significa a passagem de um ano para outro.

Tecnicamente... Nada!!! Apenas um dia após o outro... Não há fogos na Lua, nem comemoração em Júpter... E o Sol somente nasce e se põe como sempre...

Espiritualmente... depende de cada um de nós! Se a festa de ano novo se resumir à muita bebida, champagne, ceias fartas e outras coisas mais que selem nossos sentidos... Se, depois do dia 1º de janeiro, todos nós voltarmos às nossas vidas sem nenhuma mudança interna ou ao menos termos meditado em todas as nossas ações do ano que passou; desculpe meus amigos, mas de nada valeu toda a euforia.

Sei que é impossível não comemorar com os amigos e com a família. Mas tentem, ao menos, antes de toda a festa, se retirarem por alguns minutos para sentir qual a proposta de vocês para o ano que se inicia.

Qual a meta de vida que às vezes postergamos por medo ou baixa estima? Qual o comportamento emotivo que não queremos mais para nós mesmos? Quantos sorrisos deixamos de dar? Quantos beijos e abraços frustramos por orgulho ou caprichos tão medíocres?

Qual é a nossa posição no Planeta em que vivemos? Quão responsáveis somos por toda a vida na Terra?

Quem você magoou ou foi magoado que mereceria seu abraço e o esquecimento de todas as mazelas do passado? E a Verdadeira Renovação que você tanto fala em realizar? Você dará permissão para ela se manifestar imediatamente na sua vida?

Vale a pena refletirmos sobre essas perguntas, não?

Lembrem-se que o tempo passa apenas para as coisas da matéria. Mas nossa Alma se renova e se rejuvenesce a cada segundo!

Pedir, já estamos cansados... Agradecer não é obrigação! É reconhecer o milagre da existência da qual fazemos parte. Atuantes ou não, impressionamos o meio em que vivemos todos os dias!

Agradecer pode ser o olhar atento à todos os atos que, indiscriminadamente de julgamentos ou repreensões, fizemos à nós mesmos e ao outro. Agradecer o aprendizado nos erros e a alegria pelos êxitos!!!

Sigamos em frente! Alma leve e desperta! Sonhos velhos e novos realizados! Coragem, Força e Dedicação Infinita ao bem estar de nossos espíritos e de todos aqueles que passarem por nosso caminho!

Agradeço à todos vocês e que a Luz Divina da Vida brilhe em nosso Caminho por todos os anos vindouros!!!

Beijos e Abraços!!!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Exú: Simbolo da Força e da Coragem!

Exú: representação esotérica.
Oi gente!

"A encruza estremeceu. Uma gargalhada soou do além! Salve Exú que é coroado! Exú é bom e não faz mal à ninguém!"

A humanidade ainda teima no comodismo. Quer tudo pronto e explicado. Prefere acreditar em mitos, lendas e superstições, à pesquisar e se aprofundar nos mistérios da vida. Parece que tem o prazer em permanecer congelada nas "verdades" passadas de gerações para gerações, do que descortinar a realidade que se revela nos bastidores da ignorância.

As religiões guardam por detrás de sua mitologia, rios de conhecimento e códigos que, ao homem de mente livre e inquisitiva, podem esclarecer e iluminar, extirpando medos, angústias e inseguranças; devolvendo ao Ser o que sempre foi seu por direito: a Liberdade e a Auto-Consciência.

Quando me deparei pela primeira vez com a Umbanda, há exatos 20 anos, percebi que, apesar de minha formação católica, de enxergar o mundo espiritual segundo os olhos da Igreja, algo estava perdido nos confins da minha alma. Havia algo em mim que reverberava àqueles cantos e invocações. Soava junto com os tambores e atabaques. Uma ancestralidade ignorada pelas camadas de condicionamento subliminarmente impostas pela sociedade moderna ocidental.

No fundo, eu nunca fui um católico fervoroso. Sempre optei por ficar próximo dos padres mais vanguardistas, que permitiam papos mais abertos. Mas sentia quase que frequentemente algo estranho e incompleto naqueles rituais eclesiásticos. Sentia um espaço gigantesco entre DEUS e SER HUMANO. E, preenchendo esse espaço, milhões de dogmas inquestionáveis. Lógico... esse é o papel do dogma. Impor verdades e permear a vida humana de mistérios.

Dialogar, para mim, é vital! "Oxigena" a alma. É o "óleo da engrenagem humana.

Esse deveria ser o papel das religiões na Terra: promover o diálogo e incentivar a pesquisa.

Mas, quando me deparei com a Umbanda, foi como encontrar um velho amigo. Percebi que essa religião trazia, através de seus rituais mágicos - a primeira vista, indecifráveis - uma sabedoria libertadora.

Devo esclarecer antes de continuar esse blog, que não me considero umbandista. Não tenho dom para o sacerdócio, seja qual for a religião. Entretanto, admiro aos que guardam os rituais. Esses homens que zelam pelas tradições e pela ritualística. Sem eles, sem essa fé organizada, muito conhecimento teria se perdido. Outra coisa, não sou anti-católico tampouco! Foi uma grande religião que me deu a base para o questionamento. E há muitas coisas na Bíblia que precisamos estudar. É um grande livro!
Mas não é por isso que eu engulo qualquer coisa...

Toda essa mega introdução que precisei expôr, foi para abordar o papel de alguns espíritos abnegados, protetores de todos nós - quer estejamos conscientes disso ou não - seres de alto conhecimento e domínio dos elementos da natureza. Profundos conhecedores dos processos patológicos humanos, como as obsessões psíquicas e espirituais. Seres que podemos chamar de "verdadeiros anjos da guarda".

São eles, os EXÚS.

Calma, não caiam das cadeiras! Nem se escondam embaixo das mesas, por favor! Lembrem-se do conhecimento que liberta do medo e da ignorância.

Já ouvi de muita gente querida: "Paulo, você vive muito na espiritualidade, cai na real, cara!"

Acho que nada ampliou tanto a minha percepção da realidade quanto a espiritualização da minha visão de mundo. Não dá para dar as costas diante de tantas informações, advindas de inúmeras localidades do planeta! Seria como navegar por um rio e ignorar totalmente as águas que sustentam a embarcação.

A espiritualidade pemeia tudo e à todos! Mas nem por isso eu deixei de viver no mundo. Continuo errando, acertando, julgando e tropeçando em viagens egóicas. Não me considero nenhum super-homem! Quem vive ou viveu próximo à mim, sabe muito bem disso.
Mas não posso ignorar os fatos... Sim. Acredito existir uma grande possibilidade de haver vida após a morte e, ainda por cima, vida produtiva, bem parecida com os moldes terrenos. Lógico que com inúmeras variáveis, pelo fato deste mundo etéreo ser regido por outras leis adversas às da física que somos familiarizados.

Antes do Espiritismo e da Umbanda nascerem para esclarecer sobre tudo isso, essas informações viviam escondidas em sociedades secretas e grupos maçônicos.

Muitos Exús foram sacerdotes e magos do passado que guardavam essas informações. Sabiam que os planos sutis envolviam a materialidade e as mentes dos homens e mulheres encarnados nesse planeta-escola. E que os pensamentos e ações da humanidade se manifestavam em vários planos da existencia terrena.

E hoje, esses alquimistas do passado, se revelam pela Umbanda. Notem bem, que Exú não é propriedade de Umbandista e Candomblista. É gente que trabalha em todos os locais, por todos os seres, de todas as crenças!



Estátua representativa de Exú: praça dos Orixás - Brasília.
Exús são os guardiões da humanidade. Aliás, é o nome pelo qual também são chamados: GUARDIÕES.

A palavra Exú, Èsù, ou Eshu, vem da língua yorubá africana e quer dizer "Esfera". É aquele que guarda o perímetro, vigia o entorno. Era o protetor das aldeias e vilarejos.


Foi depois da colonização européia cristã, que esse Orixá* (o Exú é um Orixá) tomou, errônea e equivocadamente, a forma e o conceito de Lúcifer ou Satanás. Pois, nas comunidades africanas, ele era simbolizado com o falo ereto, o que simbolizava saúde e fertilidade. Além da simbologia, por dominar o conhecimento e a sabedoria sobre os elementos, era considerado um ser terreno e por isso da analogia com o diabo que seduz o homem às paixões mundanas.

Mas, meus amigos, tá tudo errado! Nas religiões africanas, não existia a figura do diabo! Não atribuíam as desgraças humanas à um único ser! Para tudo havia sempre polaridades: positiva e negativa. O conceito de Bem e Mal foi introduzido nas mentes ocidentais pela educação judaico-cristã.

Esse incansável Guardião, tem sido fundamental na vida dos encarnados, pois, enquanto agirmos e pensarmos como "folhas ao vento", incautos, preguiçosos e reativos; a presença desses Anjos da Guarda nos será sempre necessária.

A humanidade vive em guerra: interna e externa. Vivemos em conflito. Por isso, ainda precisamos de proteção, pois estamos vivendo na ilusão de que somos impotentes diante das vicissitudes. Somos engolidos pelos problemas. Temos o poder e a capacidade de criar nossos próprios problemas e, ao mesmo tempo, nos sentimos fracos diante deles... dá pra entender? Força pra criar, fraqueza pra resolver.

Ah, meus Exús, nos ajudem! Ajudem-nos, com o Poder do Divino Criador, a enxergar nossa força através da tua força! A falar duro quando necessário! A encarar corajosamente de peito aberto os problemas da vida, nos conscientizando de que eles são necessários para o nosso crescimento e não para a nossa derrota! Ajudem-nos, Guardiões queridos, a afastar nossos inimigos e, se isso não for possível, a olhar cada um deles sem medo, mas com compaixão e amor por esses nossos irmãos de jornada.

Que a FORÇA  e a CORAGEM dos EXÚS estejam com todos nós, sempre!

Obrigado por estarem aqui comigo lendo esse blog!!!
Luz!


*Orixá: "A palavra ORIXA significa ORI: Alto, cabeça ou o que esta em cima e IXA: Luz, iluminado, assim podemos interpretar que ORIXA significa 'AQUELE QUE ILUMINA NOSSOS PENSAMENTOS' (fonte: http://umbandareligiaobrasileira.blogspot.com.br/2012/07/os-orixas-por-gero-maita.html, por Géro Maita)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Matéria: A ponta do "Iceberg" das ilusões.

Matéria: quase um NADA.
Oi gente!

Inicio esse blog com 2 perguntas: O que é realidade? Apenas o que percebemos com os 5 sentidos?

Peguemos um objeto, por exemplo. Uma maçã. De pronto a identificamos pelo seu formato e sua cor. Ao mordê-la sentimos seu paladar e seu aroma. Mas... o que é uma maçã realmente?

Einstein nos explicou que tudo na natureza é Energia e que a Matéria é Energia condensada. Então tudo o que não é matéria é Energia em estado radiante.
Você, eu, um elefante, um avião, uma bola de basquete e até mesmo uma maçã, são, em suas constituições básicas, formadas pelo mesmo princípio: a Energia.

É essa Energia que mantém  a coezão dos elementos. O equilíbrio do Universo.

Mas, por ironia da Natureza, um tal de Werner Karl Heisenberg*, juntamente com outros cientistas, veio com uma tal de Mecânica Quântica e o Princípio da Incerteza, afirmando que tudo na natureza é basicamente NADA.

Heeeeeeeeeein??? Como assim???

TUDO NA NATUREZA É BASICAMENTE NADA!

As coisas que estão contidas no Universo são formadas por espaços vazios em quase a sua totalidade.
Os átomos (que constituem as coisas que chamamos de Matéria) são partículas que, se forem observadas de muito perto, contém enormes espaços entre suas subpartículas. Não vou entrar fundo nesse assunto, pois não tenho competência nessa área, mas posso afirmar através dos olhos da Física Moderna, que o comportamento dos elétrons por exemplo (subpartículas atômicas) é extremamente estranho. Por exemplo, esses elétrons "travessos" aparecem e desaparecem da existência...

Heeeeeeeeeeeeein??? Como assim???

Os cientistas observaram que eles estão num determinado momento e, no momento seguinte, não estão mais. Vai entender...

Aonde eu quero chegar com tudo isso? Bom, abordando filosoficamente, será que a Matéria é tão real assim quanto achamos?
E se ela não é tão real assim, o que existe nos bastidores da nossa percepção física?

Nosso cérebro se manifesta através de reações químicas e elétricas, mas o que desencadeia essas reações?

Tá bom, mas o que tudo isso tem a ver com a minha vida?

TUDO!

Quando a maioria dos seres humanos der atenção à essas questões, perceberá que tudo que nos rodeia, tudo aquilo que damos extrema importância nesse mundo, é transitório e instável!



Materialismo: a Consciência perdeu espaço.
Não temos garantia nenhuma que amanhã o mundo será o mesmo. Nada garante que as estrelas, as montanhas, o seu carro, a sua família, até mesmo você, estarão por aqui. GARANTIA ZERO!

Ter essa noção nos leva para, inevitavelmente, pensarmos nas coisas que TRANSCENDAM A MATÉRIA, como os estudos sobre a CONSCIÊNCIA, A ESPIRITUALIDADE, ou seja, tudo que seja VIDA E MANIFESTAÇÕES FORA DO QUE CAPTAMOS COM OS 5 SENTIDOS.

Peço aos ateus, agnósticos e afins que não se assustem com o termo Espiritualidade.
Espiritualidade é simplesmente uma palavra nesse contexto, que alude à crença (não necessariamente religiosa) que algo, consciente ou não, continua além da existência física.

E essa postura, por mais paradoxal que isso possa parecer, faz com que fiquemos mais lúcidos perante o mundo em que vivemos do que um materialista.

O materialista sofre por que só se interessa pelo que vê, sente e toca. Tire isso dele que tudo perde o sentido.

O Ser Humano de mente aberta, o cético pesquisador, o Inconformado com as verdades pré-estabelecidas, não se deixa abater pelo imprevisível. Para falar a verdade, o imprevisível é o combustível daquele que duvida.

Duas frases interessantes do filósofo alemão Friedrich Nietzsche:

"Quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar."

Mas para se elevar (frase minha):

"Cada pessoa tem que escolher quanta verdade consegue suportar".

Parafraseando o filme "Quem somos nós": Até que profundidade você está está disposto a chegar na toca do coelho?

Vale refletir? Vamos elevar nossas mentes?

Obrigado por lerem esse blog!

*Werner Karl Heisenberg (Würzburg, 5 de Dezembro de 1901Munique, 1 de Fevereiro de 1976) foi um físico teórico alemão que recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1932 "pela criação da mecânica quântica, cujas aplicações levaram à descoberta, entre outras, das formas alotrópicas do hidrogênio". (fonte: wikipédia)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Medo e Comodismo!

Remover o véu da ilusão: primeiro sinal de mudança!
Oi gente!

Outro dia, li uma frase de Carl Jung que me chamou bastante a atenção: “Ser normal é a meta dos fracassados!”

Uma pessoa normal é aquele que está dentro da norma. Pode ser uma norma de conduta, expressa por acordos coletivos, formais ou não; ou seja, dentro de um denominador comum da sociedade.

A normalidade implica em "não ação", "estabilidade", "segurança", a famosa "zona de conforto". Coloquei tudo em áspas porque na prática não existe no Universo estabilidade, segurança e zona de conforto.

Sempre ouvi, desde pequeno, um trecho de uma poesia de Guilherme de Almeida, que meu querido pai sempre citava pra gente:

"Ó meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?
Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão."


Mudar é ampliar as possibilidades! Mas isso implica em sair das convicções e dos paradigmas... Quebrar as correntes do comodismo. Desafiar o próprio medo!
 
É difícil se desfazer de um medo. É praticamente impossível! Nem tente isso, por favor.
 
Só há uma maneira de evitar o medo. Deixando de enfrentar o problema ou o desafio! Fugindo da "raia", desconversando com o destino.
 
Sabe quando somos crianças e precisamos tirar as rodinhas da bicicleta? Temos medo de cair, mas mesmo assim o fazemos. Aí o medo passa...
 

O MEDO PASSA COM A EXPERIÊNCIA!
 
Mas preferimos o conforto. É estranho e triste o que ando vendo por aí... Pessoas não realizadas, mas conformadas. Conformadas com o emprego, com o casamento, com uma vida sem riscos. E quando digo riscos, por favor, não me entenda como agir com inconsequência. Não! Ser inconsequente é ser um sonâmbulo, um reativo. Agir por impulsividade irracional.
 
Arriscar-se, é dar uma chance a si mesmo! Realizar seus sonhos íntimos, sua vocação!
 
Mas para isso acontecer temos que primeiramente nos questionar.
 
"Sou feliz realmente?"
 
"Minhas escolhas foram legítimas?"
 
"O parceiro ou parceira que escolhi para viver me traz mais segurança e conforto ou existe mesmo Amor na relação?"
 
E por falar de Amor... Haja coragem para Amar! Amar a si próprio e encarar suas sombras, suas mazelas e, mesmo assim dizer: "Sou grato pelo que sou! Mas quero evoluir e alçar vôos mais altos!"
Deixar para trás o velho e ir de encontro ao desconhecido!
Quem nunca se amou não compreende o Amor. Porque nunca viajou para dentro de si. E, por sua vez, nunca quis sair do conforto da inércia.
 
Dói mudar! Dói enfrentar o orgulho! Dói sair da arrogância!
 
Dói muito falar para o outro: "Me desculpe, fui arrogante e egocêntrico. Preciso mudar!"
 
É por isso que vivemos numa sociedade de plástico. Vejo reações, rostos e pessoas apáticas. Blasé, como muitos dizem.
 
Está tudo muito ruim, mas prefiro assim... Pra que mudar? É mais fácil reclamar, falar do outro... Viver nessa roda-viva de fofocas que se repetem.
 
Mas mudar dá trabalho. Porque quem resolve mudar, muitas vezes, acaba tendo que deixar pra trás muita coisa... deixar pra trás a família, deixar pra trás a esposa ou o marido, o emprego, a faculdade, a própria arrogância!
 
Ser feliz dá trabalho! Mas eu digo que vale a pena! Porque nada mais belo do que estar exatamente aonde você sempre quis estar! Amar e ser amado de verdade! Trabalhar dentro das diretrizes de sua alma!!!
 
"Chutar o pau da barraca" pode levantar muita poeira... mas depois de um tempo ela acenta. E passamos a enxergar que aquela situação em que nos encontrávamos era pura ilusão... estavamos nos violentando diariamente.
 
E como mudar?
 
Não há uma fórmla para começar a mudança, mas uma coisa que empiricamente descobri é que podemos desencadear esse processo começando por questionar à nós mesmos. E duvide de tudo o que dizem ou falam ao seu respeito. Olhe antes! Veja se há conformidade com tudo aquilo que você sente! Fique nú diante do espelho do discernimento!
 
Vamos começar, meus amigos? A largada já foi dada! O momento é agora!
 
Desejo que todos nós possamos construir um mundo de paz e felicidade, mas para isso devemos construir o nosso próprio mundo de bem-aventuranças!
 
Muito obrigado por estarem aqui comigo!
Beijos e abraços!!!
 
 
 
 
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Corações de Pedra.

Aliviar o coração dos problemas do passado é tornar a vida mais leve
Oi gente!

Corações de Pedra! Alerta: os Seres Humanos estão cada vez mais traumatizados e estagnados. Não é todo mundo, mas muita gente anda se perdendo... E se perdendo dentro de si mesmo! O que está acontecendo? Em que momento perdemos a esperança? Quem foi que disse (e nos convenceu) que não somos capazes? Não somos criadores do nosso próprio destino? Quem nos colocou na condição de "marionetes emocionais"?

Se tudo anda bem, estamos felizes... Se nada vai bem, ficamos tristes...
Sempre o fator externo nos leva, como uma folha ao vento.

Agora, que tal a gente inverter a oração acima:

Se estamos felizes, tudo anda bem... Se ficamos tristes, nada vai bem.

Sentiram a mudança? Será que o externo comanda nosso estado emocional, ou o que está fora nada mais representa senão um espelho, uma projeção do "filme" cuja fonte vem de nossos próprios corações?

Na verdade, estamos todos magoados. Profundamente magoados. Estamos dentro e vivenciando o tempo todo experiências negativas do passado... Elas estão vivas nesse exato momento! Feridas abertas que nunca cicatrizam... Escolha nossa! Exclusivamente nossa!!!

Abaixo segue um trecho de uma palestra de Jiddu Krishnamurti, realizada na cidade de Ojai, no estado da California em 01/05/1982. Pra quem não conhece, Krishnamurti foi uma das maiores mentes do século XX. Foi reconhecido e criado dentro da sociedade teosófica, mas, em sua fase adulta, se rebelou de toda e qualquer "Gurulatria" e saiu pelo mundo dando palestras e ensinando as pessoas à despertarem o Grande Mestre habita dentro de nós mesmos.

Se vocês tiverem 9 minutos para refletir sobre essas sábias palavras, garanto que vale a pena!
Vamos transformar, transmutar nossos corações. Quebrar essa carcaça que construímos ao longo da vida (ou de vidas, como preferirem) e fluir melhor nessa grande escola que se chama Vida!
Muito obrigado. Muito Amor e Luz na vida de todos nós!!!



terça-feira, 25 de setembro de 2012

A Coragem de Nos Tornarmos Livres!

Oi Gente! Tudo bom? Estou aqui mais uma vez com vocês, no site Consciência do Presente, para falar sobre uma palavra que a todos nós interessa, pelo valor que ela representa em nossas vidas e por ser a meta de todo ser humano. Essa palavra é LIBERDADE!

Liberdade vem do latim "LIBER" e em grego "ELEÚTHEROS", que significa, em ambas as línguas, "LIVRE". Do latim, a palavra "Liber" evoluiu para "LIBERTAS", substantivo que se refere à tudo aquilo que é livre ou liberto.
No português, a palavra significa tudo aquilo que se encontra num estado de ausência de coação.

Buscamos a liberdade em nossas vidas em vários aspectos: liberdade financeira, liberdade de expressarmos nossas ideias, liberdade de ir e vir e uma outra tal liberdade que muita gente quer mas poucos tem a coragem de conquistar: a Liberdade Emocional!

Passamos pela vida, vivemos experiências e algumas delas nos deixam traumas ou ensinamentos. Tudo isso depende de como enxergamos ou absorvemos os fatos. A partir dessas experiências, criamos conceitos que nos libertam ou nos aprisionam.

Vou explicar exemplificando através das relações afetivas, tão comuns por deixarem certos traumas no nosso campo emocional quando não entendidas da forma correta e consciente. Um homem ou uma mulher que passou por um casamento ou uma convivência desarmônica, conflituosa, que trouxe sofrimento e desilusão, pode encarar essa dolorosa passagem de 2 maneiras: ou entendendo que o parceiro ou parceira escolhido foi fruto da sintonia ou maturidade que a pessoa tinha naquela época, ou criando um pacto interno de que se relacionar é perigoso e gera sofrimento. Daí vem o trauma e o conceito que aprisiona.

Todos nós queremos a Liberdade, mas poucos compreendem que para alcançá-la é de extrema importância que, primeiramente, resolvamos os traumas emocionais internos.
Dizer "eu sou livre" ou "estou buscando a liberdade" e carregar dentro de si desconfiança, mágoa, raiva ou dor, é como tentar correr em um campo aberto com uma bola de ferro presa aos pés!

Já ouvi de muita gente, casada ou não, a seguinte frase: "não quero mais saber de relacionamentos, agora sou livre!"
Será mesmo gente?! Será que parar de se relacionar implica em liberdade? Deixar de compartilhar experiências com o outro traz felicidade, ou apenas alivia do nosso íntimo o trabalho de exercitar o diálogo e o entendimento?

Isso não vale somente para as relações à dois apenas, mas também para o convívio entre amigos ou algum grupo social.

Existe ser humano que se isola e ainda por cima, muitas vezes, justifica tal comportamento conceituando firme e irredutivelmente que já deu muito e recebeu pouco, então não vale a pena perder tempo com mais ninguém!

Pensei numa história que eu gostaria de contar para vocês:

"Um homem estava atrás das grades de uma prisão e sempre se mostrava muito ocupado. O carcereiro passava em frente à sua cela e via esse homem, ora rindo, ora lendo um livro, ora de olhos fechados meditando, mas nunca o viu chorando ou se lamentando de nada. Um dia, o carcereiro, curioso com a despreocupação desse homem com o seu estado de aprisionamento,  tentou puxar conversa, mas imediatamente foi interrompido com a seguinte frase:

 - Agora não, Sr. Carcereiro, estou dando atenção à minha esposa.

O carcereiro ficou surpreso e achou que finalmente o homem tinha enlouquecido de vez!

Numa outra oportunidade, conseguiu uma chance de conversar com o detento e, antes de dar brecha para novamente se ver frustrado quanto às suas curiosidades, perguntou rápida e incisivamente:

- Sr. Detento, outro dia tentei conversar contigo, mas você me disse que estava dando atenção à sua esposa. Como isso é possível? Você enlouqueceu de vez? Também nunca o vi reclamando de nada e sempre o vejo muito ocupado. Será que você não se deu conta de que está preso e sem liberdade para absolutamente nada?

O prisioneiro olhou para o carcereiro e, sorrindo com muita tranquilidade respondeu:

- Sr. Carcereiro, converso sempre com a minha mulher pois o verdadeiro Amor não se perde nunca com o afastamento físico e, aonde quer que ela esteja e seja com quem for, eu desejo a felicidade dela, pois a sua presença sempre estará mais do que real e viva no meu coração. Quanto ao fato de eu estar preso nessa cela, me considero livre mesmo assim, pois ninguém pode aprisionar a minha capacidade de sonhar, sentir, modificar meus conceitos internos, perdoar as minhas falhas e a dos outros... sim, me sinto livre pois não há prisão maior do que uma alma estagnada no medo e no trauma."

Esse é o ponto! O medo! Medo de sofrer, medo da decepção, medo de não ver nossas necessidades atendidas.

O remédio para o medo é a Coragem! Coragem de "limpar" a casa interna, a morada da alma. Encarar aquilo que nos incomoda e DECIDIR por promover a tão falada REFORMA ÍNTIMA.

E não tenha receio de buscar o que for preciso para o seu crescimento... psicólogos, terapias, yoga, religião, algum esporte, meditação, ou um simples papo com um amigo. Não seja rígido consigo mesmo! Temos o costume de sermos preconceituosos com a forma e esquecemos do objetivo.

Acredito que LIBERDADE não se conquista... é uma questão de ESCOLHA!
Muito obrigado e até o próximo mês!!!





segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Último passeio pelas religiões do planeta: Espiritismo

Allan Kardec
Oi pessoal! Encerro nossa "trip" falando de uma religião que tenho particular carinho e que, para mim, foi a porta de entrada dos meus estudos sobre a espiritualidade. O Espiritismo talvez seja uma das grandes revelações que levaram a humanidade à um novo paradigma: a crença na continuidade da manifestação da consciência nos seus diversos planos, incluindo o material, mesmo após a morte física. Quando afirmo "incluindo o material", é para frisar que tudo isso vem de encontro com séculos e séculos de construção muito arraigada na mentalidade humana, sobre a qual vinha apregoando que a consciência cessava a sua existência com a morte física (materialismo), ou tinha o seu destino atrelado à visão maniqueísta de "céu", "purgatório" e "inferno", defendida pelas religiões predominantes, principalmente pelas culturas do ocidente.

Tudo começou na França do século XIX, com o cientista, filósofo e pedagogo, Hippolyte-Léon Denizard Rivail, conhecido pelo seu pseudônimo como Allan Kardec.

Foi em Lion que completou seus primeiros estudos iniciando a sua bagagem escolar, destacando-se acima do comum para a época. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados, criando cursos gratuitos de Química, Física, Astronomia e Anatomia Comparada. Aos dezoito, bacharelou-se em Ciências e Letras.  Estudou na Suíça, na cidade de Yverdun, com o célebre professor Pestalozzi, de quem cedo se tornou um dos mais eminentes discípulos e dedicado colaborador. Aplicou-se, de todo o coração, à propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma dos estudos na França e na Alemanha.

Seu primeiro contato com a paranormalidade, foi quando, através dos seus estudos sobre Magnetismo, foi levado a conhecer e a se interessar pelo fenômeno das "mesas girantes", cujo conhecimento já era bem difundido por entre todas as camadas sociais européias.

Salão parisiense com as "mesas girantes"
 (revista "L'Illustration", 1853).
O fenômeno consistia no movimento espontâneo de mesas bem como outros objetos, sem causa física aparente, em torno das quais reuniam-se, nos salões, pessoas das mais diversas classes sociais da época.

A partir daí, ampliou e aprofundou suas pesquisas, entrando em contato com outro fenômeno chamado de "escrita mediúnica" ou psicografia. Foi quando passou a ter contato com os espíritos. Aliás o nome "Allan Kardec" veio do mundo espiritual, quando um espírito, velho amigo de outras encarnações, informou que já o conhecia no tempo das Gálias, com o nome de Allan Kardec.

O contato com os espíritos, que se intitulavam com sendo "O Espírito da Verdade", canalizados pelos médiuns da época, porporcionou à Kardec indagar sobre questões universais fundamentais, compilando e dividindo em diversas obras que vieram a formar a Codificação Doutrinária Espírita.

As Obras Básicas compõem-se dos seguintes livros:
O Livro dos Espíritos (1857);
O Livro dos Médiuns - ou Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores (1861);
O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864);
O Céu e o Inferno - ou Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865);
A Gênese - os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868).

A característica fundamental do Espiritismo é a UNIVERSALIDADE dos seus princípios. Para que o conteúdo doutrinário não ficasse restrito à autoridade de um único Espírito ou de um único médium, Kardec submetia toda a manifestação mediúnica ao crivo da razão. Apoiando-se no método teórico-experimental da ciências naturais, cruzava as diversas respostas dadas por diversos Espíritos a diversos médiuns espalhados pelo mundo inteiro. Assim sendo, dizia que "a única garantia séria do ensinamento dos Espíritos está na concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por intermédio de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares".

O Primeiro Centro Espírita do Mundo foi a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada em 1º de abril de 1858, por Allan Kardec.

Para contar a História do Espiritismo no Brasil, extraí um resumo do excelente livro: "O Espiritismo ao Alcance de Todos", de Celso Martins e Jayme Lobato Soares, Ed. Leymare.

"O Primeiro Centro Espírita do Brasil foi o Grupo Familiar de Espiritismo, instalado em 17 de setembro de 1865, às 30h30m, por Luís Olímpio Teles de Menezes, na cidade de Salvador, na Bahia.

Em 1866, Luís Olímpio Teles de Menezes publica o opúsculo O Espiritismo – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, contendo páginas extraídas e traduzidas de O Livro dos Espíritos. Diante dos ataques expressos em Pastoral de D. Manuel Joaquim da Silveira, Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil, Luís Olímpio escreve carta aberta em defesa do Espiritismo, em que, conforme consta da obra Espiritismo Básico, de Pedro Franco Barbosa, ele afirma:

'O Espiritismo tem de passar por provas rudes, e nelas Deus reconhecerá sua coragem, sua firmeza e sua perseverança. Os que se ausentam por um simples temor, ou por uma decepção, assemelham-se a soldados que somente são corajosos em tempo de paz, mas que, ao primeiro tiro, abandonam as armas'.

Luís Olímpio Teles de Menezes foi professor primário, estenógrafo, funcionário da Assembléia Legislativa e Oficial da Biblioteca Pública da Bahia. Falava o inglês, o francês, o castelhano e o latim. Escreveu nos seguintes periódicos: Diário da Bahia, Jornal da Bahia, A Época Literária e publicou o romance Os Dois Rivais.

Primeiro jornal espírita do Brasil - O Eco do Além Túmulo, publicado em julho de 1869, em Salvador, com o esforço de Luís Olímpio Teles de Menezes. Contava com 56 páginas e chegou a circular até no exterior – Londres, Madri, Nova Iorque, Paris. Aparecem referências ao Eco do Além Túmulo na Revista Espírita, edição de outubro de 1869.

Primeiro Centro Espírita do Rio de Janeiro - "Sociedade de Estudos Espiríticos – Grupo Confúcio", fundado em 2 de agosto de 1873. Faziam parte dele elementos da alta sociedade da Corte (Capital do Império), entre eles Joaquim Carlos Travassos e Bittencourt Sampaio. O Grupo se extinguiu em 1879.

Segundo periódico espírita do Brasil - "Revista Espírita, lançada em 10 de janeiro de 1875, pelo Grupo Confúcio, redigida e dirigida por Antônio da Silva Neto.

Neste ano de 1875 vão aparecendo as traduções para o português das obras de Allan Kardec, feitas por Joaquim Carlos Travassos, com pseudônimo de Fortúnio, e editadas pelo Grupo Confúcio. Ainda neste ano, o tradutor oferece a Bezerra de Menezes um exemplar de O Livro dos Espíritos.

Em 23 de março de 1876 é fundada, no Rio de Janeiro, a "Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade", da qual participavam Bittencourt Sampaio e Antônio Luís Sayão. Mais tarde, a entidade passou a se denominar "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade".

Havia divergências entre os espíritas do Rio de Janeiro, que de acordo com os pontos de vista defendidos se dividem em místicos e cientificistas, o que resultou na criação de várias instituições.

A data de 28 de agosto de 1881 registra a perseguição oficial ao Espiritismo. Nos periódicos O Cruzeiro e Jornal do Commércio, do Rio de Janeiro, foi anunciada a ordem policial proibindo o fundamento da "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade e dos Centros filiados.

Em 6 de setembro de 1881, uma comissão de espíritas é recebida pelo Imperador D. Pedro II, que promete não haver mais perseguições aos espíritas, porém elas continuaram a ocorrer. Em 21 de setembro do mesmo ano, a comissão retorna ao Imperador, que volta a afirmar sua intenção de não permitir perseguições aos espíritas.

Ainda em 6 de setembro de 1881 é realizado o Primeiro Congresso Espírita do Brasil, com o objetivo de reunir e orientar as instituições espíritas.

Em 28 de agosto de 1882 é realizada a Primeira Exposição Espírita do Brasil, na sede da Sociedade Acadêmica Espírita Deus, Cristo e Caridade. A data, aliás, recordava o início da perseguição policial ao Espiritismo.

Em 21 de janeiro de 1883, Augusto Elias da Silva, fotógrafo português radicado no Brasil, publica o Reformador, com seus próprios recursos e cuja direção intelectual fica a cargo do Major Francisco Raimundo Ewerton Quadros. Também neste ano, Augusto Elias da Silva promove encontra fraternal dos espíritas, em virtude das divergências entre os integrantes das instituições espíritas da ocasião: "Grupo dos Humildes", "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade", "Centro da União Espírita do Brasil" e "Grupo Espírita Fraternidade", situados no Rio de Janeiro.

Em 2 de janeiro de 1884 é instalada, na Rua da Carioca nº 120 – sobrado – Rio de Janeiro, a Federação Espírita Brasileira, sendo seu primeiro Presidente o Major Ewerton Quadros, anteriormente já citado.

Em 15 de junho de 1886, Bezerra de Menezes, diante de mais de 1.500 pessoas, no Salão da Guarda Velha (na rua de igual nome, hoje Av. 13 de maio) faz sua profissão de fé espírita.

Em 1889, Bezerra de Menezes assume a presidência da Federação Espírita Brasileira, em substituição a Ewerton Quadros. Bezerra instituiu o estudo sistematizado de O Livro dos Espíritos em reuniões públicas realizadas no salão da Federação.

Dada a crise administrativa e financeira que passava a Federação, comprometida ainda pelas divergências dos líderes espíritas, e com a renúncia de Julio César Leal, após sete meses no cargo, Bezerra de Menezes, em 3 de agosto de 1895, aceita assumir novamente a presidência da Federação Espírita Brasileira.

Em 10 de dezembro de 1911, a Federação Espírita Brasileira se transfere para a Av. Passos, antiga Rua do Sacramento. Em 27 de outubro de 1937, a Federação é fechada pela Polícia e reaberta três dias depois, por ordem do Dr. Macedo Soares, então Ministro da Justiça.

Em 5 de outubro de 1949, é assinado o Pacto Áureo, na sede da Federação Espírita Brasileira, visando à unificação dos espíritas, fortalecendo os laços de fraternidade. É, então, criado o Conselho Federativo Nacional (CFN), composto dos representantes das entidades adesas à Federação Espírita Brasileira.

Não se deve perder de vista que tanto no Rio de Janeiro, como na Bahia e em todo o Brasil se desenvolvia e se expandia a prática mediúnica da Umbanda e de outros credos afro-brasileiros."

Gente, hoje em dia, precisamos unir todos os conhecimentos que dizem respeito aos ditos fenômenos espirituais. O Espiritismo não é dono da Espiritualidade, tampouco as demais religiões. O mundo é manifestação da natureza que não é partidária dessa ou daquela ideologia ou crença. A Grande Verdade está aí para ser descoberta e estudada sem estarmos presos à nenhum conceito.

Encerro aqui essa jornada pelas religiões do nosso incrível Planeta Terra. Que fique aqui bem claro que o respeito à todo e qualquer sistema de crenças é fundamental para a convivência harmônica de todos nós.

Agradeço ao apoio de todos vocês e até o próximo blog!!!


domingo, 5 de agosto de 2012

Um passeio pelas religiões do planeta: Judaísmo

Oi gente! Após quase 2 meses sem publicações, peço desculpas aos leitores e seguidores desse blog, e retomo na reta final dessa pequena jornada pelas religiões do planeta. Hoje o tema é Judaísmo. O Judaísmo é considerado a religião monoteísta mais antiga da Terra.

Mas antes de prosseguirmos, farei uma breve observação sobre o que considero um engano sobre o conceito de MONOTEÍSMO. Esse termo se refere às religiões que acreditam na existência de UM DEUS ÚNICO, ou UM SÓ CREADOR* (sim, crear no sentido de uma essência manifestar a creação). Alguns teólogos consideram algumas religiões - como a egípcia, por exemplo - politeístas, ou seja, a creação manifestada pelo concurso de 2 ou mais deuses. Há que se ter muito cuidado com isso! Algumas religiões e crenças apontam um só Deus como Creador do Universo, embora haja aspectos ou manifestações distintas desse Deus. Por exemplo, no Hinduísmo, temos Braman, o Ser Supremo, a Essência não manifestada. O Trimurti (Brahma, Vishnu e Shiva), bem como o Atman (o ser, a consciência), nada mais são do que aspectos de Braman manifestados. Também na cultura egípcia, encontramos como a essência primordial, Nun (Nu ou Ny), uma única consciência que se manifesta em seus aspectos, Atum, Rá, Chu, Tefnut e por aí vai... Acho muito simplório afirmar que uma religião é politeísta pela quantidade de deidades e nomes, sem notarmos o simbolismo oculto e estudarmos à fundo seus conceitos fundamentais.

Agora, voltemos ao assunto desse blog.

O Judaísmo é a primeira dentre as religiões abraâmicas (cuja origem remonta-se ao profeta Abraão), assim como o cristianismo e o islamismo. A Bíblia é o instrumento principal para se conhecer a história do povo judaico. Em 1800 a.C, de acordo com as escrituras sagradas, Deus faz um pacto com Abraão para  que abandone o politeísmo para viver em Canaã (atual Palestina). Isaac, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta , num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos de Jacó dão origem às doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã.

Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.

Em 721 a.C começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica.

No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo judeu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.

A Bíblia judaica é chamada de Tanakh, onde a reunião dos cinco primeiros livros, chamados de Torá, são considerados os mais importantes, pois contam a origem do povo eleito e a sua aliança com Deus. Esses livros também são denominados como Pentateuco pelos cristãos.

Resumidamente, cada um dos 5 livros é conhecido como:

GÊNESIS: conta sobre a criação do mundo e a fixação do povo judeu no Egito;

ÊXODO: conta a libertação do povo judaico da escravidão de 400 anos pelos egípcios e a sua saída da região, liderada por Moisés, bem como a consolidação da Aliança de Deus com os judeus;

LEVÍTICO: é um livro que fixa as normas e legislações que regulam os costumes judaicos, seus calendários e define as práticas religiosas;

NÚMEROS: nesse livro encontramos o mapeamentos das rotas da jornada do povo judaico pelo deserto;

DEUTERONÔMICO: do grego, significa a Segunda Lei ou a Repetição da Lei. São as pregações de Moisés no deserto durante o êxodo (a passagem pelo deserto rumo à Terra Prometida) para reafirmar tudo o que já foi legislado anteriormente no Levítico.

É importante ressaltar que, até os dias de hoje, os judeus aguardam a vinda do Messias. O que não podemos esquecer é que já houve religiosos que permaneceram com a crença no judaísmo, praticando as escrituras, mas aceitando a vinda de Jesus como sendo a chegada do Messias. Esses são os Jerosolimitanos (ver em Cristianismo), são os primeiros apóstolos de Jesus, muito embora não tivessem deixado de lado as suas crenças nos preceitos judaicos.

Como um bom fã do aspecto esotérico das religiões, eu não poderia deixar de lado a CABALA judaica.

 A Cabala (ou Kabbalah) é o aspecto metafísico da religião judaica. Não é necessariamente um estudo da maioria dos fiéis. É uma sabedoria prática, uma ciência da alma. Acredita-se que o primeiro cabalista seja o próprio Abraão. Esse ensinamento místico era passado por tradição oral até cerca de 2 mil anos atrás, quando o rabino e místico hebreu, Rav Shimon bar Yochai (não errei... "bar" é com "b" minúsculo mesmo), colocou os ensinamentos em texto sagrado e diz ter recebido do profeta Elias o Zohar.

Zohar é a interpretação mística dos textos do Torá. Na verdade é tão antiga quanto os próprios livros do pentateuco judaico. Também é a fonte mais antiga de sabedoria.

"Por volta do século XIV, a Kabbalah começou a emergir do total ocultamento em que se encontrava. Diz-se que o Zohar foi desenterrado pelos Cavaleiros Templários em Jerusalém e levado de volta para a Europa. Teria sido então que o poder do Zohar começou a se tornar conhecido. É interessante observar que foi nesse período que a lenda do Santo Graal surgiu pela primeira vez. Alguns dizem que o Santo Graal é um livro, possivelmente o Zohar, mas isso é apenas uma especulação intrigante." (Do livro "O Poder da Kabbalah - 13 Princípios para Superar Desafios e Alcançar a Plenitude". Berg, Ehuda, Ed. Imago)

O ponto fundamental dos ensinamentos da Cabala, que eu acho de extrema relevância ressaltar aqui, afirma que, se quisermos reivindicar ou reconhecer nossos potenciais divinos, primeiramente precisamos ser merecedores destes através do trabalho de reconhecimento de nossas fontes de negatividade, para então transformá-las ou transmutá-las.

Bem, meus amigos, acho que é tudo o que posso resumir sobre essa espetacular religião. Ainda não entendo com existem pessoas que menosprezam a riqueza existente em cada sistema de crença. É legítima a nossa escolha, mas ignorar os ensinamentos preciosos que toda a religião carrega, só empobrece a nossa fé.

Muito obrigado e não percam na próxima segunda, encerrando o nosso passeio pelas religiões do planeta, a história sobre o Espiritismo.

Muito Obrigado e até lá!!!


*"A substituição da tradicional palavra latina crear pelo neologismo moderno criar é aceitável em nível de cultura primária, porque favorece a alfabetização e dispensa esforço mental – mas não é aceitável em nível de cultura superior, porque deturpa o pensamento. Crear é a manifestação da Essência em forma de existência – criar é a transição de uma existência para outra existência. O Poder Infinito é o creador do Universo – um fazendeiro é criador de gado." 
fonte: http://pt.wiktionary.org/wiki/Discuss%C3%A3o:cria%C3%A7%C3%A3o

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Um passeio pelas religiões do planeta: Cristianismo

Jesus
Oi pessoal! Hoje o tema é Cristianismo. Classificarei as principais igrejas cristãs do mundo, embora, de antemão, peço perdão à todos os devotos e às suas respectivas igrejas que não apontarei nesse blog, pois seria uma missão impossível para mim nesse pequeno mural, tão numerosas são essas vertentes nos dias de hoje. Em face disso, resolvi dar importância à esse grande movimento de fé na sua raiz, deixando para os estudiosos e interessados nesse assunto um maior aprofundamento.

Posso mencionar 2 aspectos sobre a origem da Religião Cristã: o Histórico e o Bíblico. Teremos que separá-los pois nem sempre estão de acordo. Isso se deve ao fato de algumas religiões do universo cristão aterem-se apenas aos fatos contidos e narrados nos textos bíblicos, ou melhor nos Evangelhos, termo esse que explicarei oportunamente nas linhas que se seguem.

Vou evitar trazer à tona fatos da vida de Jesus (o Messias Cristão), pois, como já havia apontado no blog anterior, tratarei os Avatares de cada religião separadamente de seus seguidores. Isso é uma forma de abordagem pessoal que peço a liberdade para fazê-la.

Mas, já que mencionei o Grande Mestre, podemos afirmar que toda e qualquer religião cristã gira em torno da vida e obra de Jesus, o Cristo.

Antes de continuar, gostaria de afirmar que não é a minha proposta tratar dos assuntos religiosos abstendo-me de opinar. De maneira alguma! Essa é a liberdade que todo ser humano possui (ou deveria possuir). Mas, por favor, não confundam opinião com desrespeito à fé alheia! Isso eu também não admito em hipótese alguma! É somente uma opinião, sujeita à erros e imprecisões.

Toda e qualquer manifestação de fé é digna de Amor e Acolhimento, principalmente no mundo em que vivemos, onde a própria palavra Amor parece perdida, há tempos, em meio aos contos românticos e aos idealismos platônicos. Agora, caso eu use algum termo ou sinônimo inadequado à qualquer doutrina, peço novamente perdão, mas não me intitulo nenhum erudito nem conhecedor profundo de cada ramificação da fé cristã. E, por esse fato, não pretendo ofender ninguém e estou totalmente aberto às correções que alguns de vocês julguem necessárias.

Mas vamos lá! Para entender sobre o cristianismo, vamos discorrer brevemente sobre o significado da palavra CRISTO:

"Cristo é o termo usado em português para traduzir a palavra grega Χριστός (Khristós) que significa 'Ungido'. O termo grego, por sua vez, é uma tradução do termo hebraico מָשִׁיחַ (Māšîaḥ), transliterado para o português como Messias." (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristo)

Embora, nos textos bíblicos, haja uma passagem onde a palavra Cristo tenha aparecido pela primeira vez numa exaltação de Pedro em face a uma pergunta que Jesus fez aos seus discípulos ("Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Mt 16: 15-16), acredito - e agora estou expressando opinião própria - que foi Paulo de Tarso (meu xará) o responsável pelo uso do termo, uma vez que o apóstolo teve formação helênica (grega), ao passo que a língua mais usada por Jesus em suas pregações era o aramaico, comum entre os judeus na Galiléia. E não vamos esquecer, como apontamos acima, que a palavra Cristo é de origem grega e já fora usada séculos antes pelo historiador Heródoto (século V a.C.), entre outros.

A partir desses dados, já dá para perceber que o movimento cristão nasceu dividido. De um lado o cristianismo judaico, pregado pelos apóstolos de Jerusalém, liderados por Pedro e que viveram diretamente com Jesus; e, de outro, o cristianismo helenico, praticado pelos judeus de formação grega, os Helenistas, iniciado por Estevão (o primeiro ministro e mártir do cristianismo).

Esses dois grupos não se entendiam muito bem, já que os Helenistas - pelo fato de serem dotados de formação cultural superior - achavam os apóstolos de Jerusalém ignorantes e despreparados para propagar o evangelho. Por outro lado, os Jerosolimitanos (como eram chamados os apóstolos de Jerusalém) consideravam os Helenistas desordeiros e brigões, uma vez que, durante suas pregações, causavam grandes tumultos. Não foi à toa que foram expulsos de Jerusalém.

Uma outra vertente surgiu, após a morte de Estevão, que foi um verdadeiro "divisor de águas" no que se refere ao modus operandi na forma da conversão, doutrinamento e interpretação do evangelho. Essa linha religiosa nasceu do ex-fariseu e perseguidor dos cristãos, o convertido durante a viagem de Jerusalém à Damasco: Paulo de Tarso.

O cristianismo paulíneo, também de influência helênica, foi o mais difundido entre povos gentios (não judeus). Se diferenciava do cristianismo judaico pelo seu vigor, forte tom moral e intrepidez. Mais tarde, se tornaria o principal pilar doutrinário da formação da Igreja Católica.

Tão bem sucedida foi a influência de Paulo na fundação das primeiras igrejas cristãs, que a seita judaica original dos apóstolos de Jerusalém foi fadada à extinção.

É importante ressaltar que o cristianismo judaico, praticado pelos apóstolos de Jesus, não tinha muito a ver com aquele pregado por Paulo. Primeiramente pelo fato de nunca terem se desligado das tradições judaicas. Jesus era chamado pelos seus seguidores de Rabi (o Mestre). Eram pacifistas, conservavam os rituais como o da circuncisão e permaneceram no cumprimento das escrituras. Pregavam a entrega na fé de uma maneira suave e pacífica, ao passo que o cristianismo de Paulo legislava sobre os fiéis, impondo regras e normas de conduta, rompendo drasticamente com qualquer ritualística e tradição judaica.

Muito bem, muito há o que se dizer sobre a formação das primeiras comunidades cristãs, o que levaria inúmeras linhas a mais. O que é bom frisar é que muitas perseguições sangrentas - decretadas em sua maioria pelos imperadores romanos - foram sofridas por esses pequenos núcleos ao longo dos primeiros séculos da nossa era, quando em 311 d.C., no Império de Constantino, foi declarada a liberdade dos cultos religiosos, através do Édito de Milão ou Édito de Tolerância de Milão. Isso se deu evidentemente por motivos políticos, já que as comunidades cristãs haviam se multiplicado em proporções alarmantes para o poder vigente.

E devido ao caldeirão de ramificações das ideologias cristãs, muitas tensões e divergências começaram a surgir, quando o próprio Imperador Constantino resolve reunir os bispos das comunidades de todo o território romano e realizar os primeiros concílios numa tentativa de unificar regras e condutas. Após a morte de Constantino (337 d.c.), as igrejas passaram a receber mais concessões políticas e econômicas, participando cada vez mais do quadro de poder tanto nos territórios do império quanto na sua sede, em Roma.
Após a ascensão dos bispos e a criação do papado como sucessão à Pedro, dito o primeiro Papa da Igreja,  surgia, na segunda metade do século IV, a primeira e definitiva Bíblia Católica. Documento compilado por São Jerônimo, bispo da Igreja e copista do Papa Dâmaso I, que unificou a doutrina e a fé cristã.

Esse é um resumo dos resumos de como surgiu o Catolicismo, ou a Igreja Católica Apostólica Romana, principal representante do movimento cristão.

Hoje a Igreja Católica é constituída por outras 23 igrejas autônomas, todas elas subordinadas ao Vaticano, onde reside o Papa, o Bispo de Roma. Estão todas elas elencadas nesse link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_sui_juris#Lista_das_Igrejas_sui_iuris

O Cristianismo é dividido por 3 principais vertentes:

A Igreja Católica;
A Igreja Ortodoxa; e
A Igreja Protestante.

Sobre o surgimento da Católica, já mencionei acima. A Igreja Ortodoxa surgiu no ano de 1054 em decorrência do Grande Cisma do Oriente, a cidade de Constantinopla:

"No século XI um conflito de interesses entre a Igreja Católica do Ocidente e a do Oriente determinou o Cisma do Oriente. O evento estabeleceu o rompimento dentro da Igreja, ambos os lados passaram a defender suas próprias doutrinas, o que persiste até hoje.
Desde o Império Romano e durante a Idade Média a Igreja Católica possuía duas sedes principais, uma localizada em Roma, no Ocidente, e outra na cidade de Constantinopla, no Oriente. Ainda durante o poderio do Império Romano ficou estabelecido e acordado entre as duas partes da Igreja que a capital do Império seria Roma. Mesmo a Igreja do Oriente concordando com a decisão, havia certo ressentimento por conta de algumas exigências jurídicas que os papas insistiam em fazer. Tais exigências foram mais marcantes durante o papado de Leão IX que durou de 1048 até 1054, sendo que seus seguidores preferiram por continuar com suas determinações. A Igreja do Ocidente se opunha também ao sistema adotado no Oriente de cesaropapismo bizantino, que consistia na subordinação da Igreja Oriental a um chefe secular." (fonte: http://www.infoescola.com/historia/cisma-do-oriente/ )

Já o Protestantismo foi um movimento ocorrido na Europa que, como o próprio nome sugere, protestava contra os dogmas da Igreja Católica, buscando resgatar o cristianismo na sua origem, se baseando e se atendo única e totalmente aos textos bíblicos.
Foi uma reforma que teve muito êxito em diversos países do centro europeu, estendendo-se posteriormente à Inglaterra, onde está estabelecida a sede da Comunhão Anglicana. Aliás, a Igreja Anglicana, apesar de não estar subordinada ao Vaticano, mantêm os dogmas católicos, embora se considere uma igreja reformada, já que adotou alguns dos princípios do Luteranismo (atribuídos à Martinho Luthero, figura central da Reforma Protestante).

Pois é, gente, nosso passeio pelo Cristianismo vai terminando por aqui... pelo menos por enquanto. Esse foi um panorama bem genérico. Ah! Claro! Como eu poderia me esquecer! Fiquei devendo a explicação sobre a palavra Evangelho. Vem do grego Evangelion, que significa Boa Nova.

Historicamente ou Arqueologicamente falando não há nenhum texto do evangelho em sua versão original para que possamos consultar (pelo menos não admitido oficialmente). O que temos são as transcrições datadas do século IV d.C., muito embora, haja uma manuscrito descoberto em 1945 atribuído à São Tomé, parte de uma coleção de textos gnósticos datados da época dos primeiros núcleos cristãos. Esse manuscrito, também conhecido como O Evangelho de São Tomé, fala mais precisamente sobre os tempos de Jesus e não faz parte do cânone eclesiástico, ou seja, em outras palavras, não é aceita ou admitida pela Igreja Católica.

Pronto, pessoal, acho que é tudo por hoje! Obrigado por terem lido o blog dessa segunda! Tenham uma semana incrível! Abraços!!!






domingo, 3 de junho de 2012

Um passeio pelas religiões do planeta: Hinduísmo

O deus Shiva (O Destruidor)
Oi gente! Namastê!*

Confesso que escrever sobre o Hinduísmo foi um desafio muito grande, embora durante a minha vida sempre atraiu a minha atenção por sua beleza, diversidade e profundidade inegáveis! Peço, desde já, desculpas (principalmente aos meus amigos yogues) pelas minhas limitações na exposição de tão importante tradição religiosa, que merece todo o respeito e elevada consideração.

A Religião Hinduísta, uma das mais antigas da Terra, se torna desafiadora quando nos deparamos com a sua estrutura e origem que divergem bastante do que conhecemos sobre as demais crenças.
O primeiro ponto interessante é que o Hinduísmo não se originou partindo de uma só pessoa, como constatamos comumente em outras religiões como o Cristianismo e o Budismo, nas quais se baseiam nos ensinamentos de Jesus e Buda, respectivamente.

Podemos dizer que esse sistema de crenças surgiu da tradição antiga de alguns povos que habitavam a Índia há, aproximadamente, 3.000 anos A.C. (ou mais).

Portanto, encontramos no Hinduísmo um amálgama de conceitos e valores que foram agregados de acordo com a contribuição das várias tribos ou povos. Esse é o ponto principal que torna essa religião tão fascinante, a flexibilidade de absorver demais doutrinas graças ao princípio da Himsa (não violência) que está presente desde a formação dos povos indianos.

Vou dividir o Hinduísmo (bem resumidamente) em 2 fases: Os Dravidianos e os Vedas; e o Hinduísmo Bramânico.

Os Dravidianos e o Hinduísmo Védico:

A civilização dravídica viveu no continente indiano entre os anos 2.500 e 1.500 A.C., embora sua origem se tenha dado em tempos mais remotos de difícil datação.
A sociedade dravídica era matriarcal e pacífica, tendo como o pilar de sua fé a total integração com a Natureza. Eram shivaístas (ou xivaístas em português), ou seja, devotos de Shiva, o deus da Transformação, ou da Destruição, ou ainda, da Renovação.

Cultuavam um Deus Supremo, chamado Dyaus - o Deus-Céu - que, unido com a Mãe-Terra, era o provedor e o fertilizador. Através dele foi gerado Surya (o Sol), Chandra (a Lua) e Heos (a Aurora).
(Percebo uma certa semelhança com a descrição de Hesíodo sobre a origem dos deuses encontrada na Teogonia grega.)
Após a invasão Ariana (1.500 A.C.), o aspecto da guerra foi incorporado aos atributos de Dyaus que passou a se chamar Indra.

Há muito o que se falar sobre o notável povo Dravidiano. Ainda pretendo separar um blog especial só sobre o assunto, uma vez que a sua cultura e a língua, se difundiram até o mediterrâneo, sendo encontradas semelhanças, por exemplo, na estrutura linguística do povo basco.

Os Vedas são as escrituras das mais antigas da história da humanidade. Reúnem 4 textos: Rigveda (texto mais antigo), Yajurveda, Samahveda e Atarvaveda. Tais textos contém mantras** que norteiam toda a ritualística, as orações e encantamentos, todos dedicados às divindades (deuses e deusas). A palavra Veda, do sânscrito, significa conhecimento.
Uma observação bem intrigante é que, alguns estudiosos do hinduísmo, afirmam que o conhecimento védico data de antiquíssimos tempos, bem antes do surgimento do sânscrito***, o que implica que foi passado por uma tradição oral entre os povos antigos, milênios antes do registro escrito.

O Hinduísmo Bramânico (ou Vedanta)

No Hinduísmo Bramânico, encontramos o Trimurti (a Trindade hinduísta), onde Brahma personifica o Criador, Vishnu, o Preservador e Shiva, o Destruidor. Quando Shiva destrói o universo, Brahma aparece do umbigo de Vishnu, montado numa flor de lótus para manifestar a Criação. Vishnu se encontra sempre em sono profundo, mergulhado no Oceano Primordial.

O Vedanta, do sânscrito, Veda (conhecimento) e Anta (dentro, essência, centro), pode ser traduzido como "a essência do conhecimento" ou "a meta de todo o conhecimento", é a tradição espiritualista hindu, explicada nos Upanixades. Os Upanixades são comentários aos textos védicos. Não se sabe ao certo quem os escreveu, mas a tradução é curiosa onde Upa significa "perto", ni "em baixo", xad "sentar". Ou seja, era a reunião de Mestres e discípulos, todos sentados no chão, onde eram passados os conhecimentos espirituais.

Um pouco mais sobre os Upanixades: "Os Upanixades organizaram mais precisamente a doutrina védica de auto-realização, yoga, e meditação, karma e reencarnação, que eram veladas no simbolismo da antiga religião de mistérios."
(fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hindu%C3%ADsmo#Upanixades)

Esse estudo é bastante profundo e não tenho nível de conhecimento, nem a pretensão de abordá-lo nesse pequeno blog, mas vale muito a pena, pra quem quiser se aprofundar, buscar pesquisar sobre os maravilhosos ensinamentos contidos nos Vedas e nos Upanixades.

Não são todas as escolas hinduístas que seguem os Vedas como, por exemplo, o Jainismo.

Portanto, continuando nossa jornada, encontramos a partir daí até os dias de hoje, uma complexidade maior nos conceitos sobre o surgimento do Universo e da Alma.
Podemos esquematizar alguns conceitos principais do pensamento hinduísta da seguinte forma:

Braman (diferente de Brahma do trimurti): a Alma Suprema, o Princípio Divino não manifestado, a Neutralidade;

Atman: o Ser, A Consciência. O Espírito individual, reflexo de Braman. O Verdadeiro Eu. É a essência divina manifestada nos seres consciêntes;

Karma: do sânscrito "ação", a lei de "causa e efeito". Pode ser uma ação física, mental ou espiritual. Tudo implica numa resposta à toda e qualquer atitude que um ser exerce no Universo;

Maya: o "véu da ilusão". É o mundo aparente apreendido pelos limitados sentidos humanos;

Reencarnação: é o ciclo de morte e renascimento que todos os seres passam para vivenciar os efeitos de seus karmas. Vamos pegar a definição contida no Bagavadguitá (texto religioso, parte do épico Mahabarata):

                   "Assim como uma pessoa veste roupas novas e joga fora as roupas antigas e rasgadas, uma alma encarnada entra em novos corpos materiais, abandonando os antigos. (B.G. 2:22)"

Samsara: é a roda do renascimento, onde estão presas as consciências que ainda não despertaram dos prazeres ilusórios e efêmeros. Só é possível se libertar desse ciclo através do Moksha (libertação, realização eterna, paz mental perfeita, desprendimento dos desejos mundanos).

Rapidamente, sobre Krishna:

É o Grande Avatar Hinduísta. Bhagavan Sri Krishna é aquele que veio para cumprir as escrituras e expulsar os demônios do mundo. É entendido como uma encarnação de Vishnu.

Sua história é descrita em alguas escrituras como o Mahabharata, o Harivamsa, o Bhagavata Purana e o Vishnu Purana.

Não gostaria de me aprofundar muito sobre Krishna nesse texto, pois quero tratar dos Avatares de cada religião individualmente; separando do aspecto devocional. Por gentileza, aguardem as próximas publicações.

Conclusão:

Nem todos os pensamentos hinduístas são adeptos ao aspecto místico e devocional. Encontramos o Samkhya que é um sistema que foi desenvolvido juntamente com o yoga, que se define como ateu.

Aliás, não podemos deixar de mencionar o Yoga dentro de tudo isso. Afinal, Yoga (União), é o conjunto de disciplinas que tem como objetivo liberar o ser humano do maya, através do alcance do Samadhi (Iluminação). Possui diversas linhas e formas de práticas, desde o aspecto mais devocional (bakti), passando pelo uso do conhecimento (jnana), até as práticas físicas (hatha-yoga) através das posturas (ásanas).

Dariam mais uns 100 blogs pra falar somente sobre o Yoga. Vou deixar esse assunto para os estudiosos e gurus (professores). Não podemos esquecer que estamos "passeando pelas religiões do planeta", hein gente?

Agora, peço licença à todos para, dentro da minha limitada interpretação, tentar descortinar um pouco de toda essa mitologia e seus simbolismos.

Não estaríamos todos nós imersos nesse vasto Universo, tanto no macro quanto no microcosmos, ora em equilíbrio (Vishnu), ora no caos (Shiva), manifestando o poder da criação (Brahma) à todo instante?

Se o mundo material é perecível e transitório, será que o conceito de Maya (ilusão) não estaria corretíssimo?

É pra se pensar...

Agradeço à todos pela paciência de ter lido a publicação de hoje, pedindo desculpas mais uma vez por não abranger todo o contexto hinduísta, o que necessitaria, certamente a dedicação e o estudo de toda uma existência.

Tenham todos uma semana de Alegria e Felicidade!!!
Abraços.

*Namastê: palavra em sânscrito que geralmente significa: "O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você."
**Mantra: do sânscrito Man (mente) e Tra (alavanca), é uma sílaba ou poema religioso normalmente em sânscrito. Os mantras originaram do hinduísmo, porém são utilizados também no budismo e jainismo. 
Para algumas escolas, especificamente as de fundamentação técnica, mantra pode ser qualquer som, sílaba, palavra, frase ou texto, que detenha um poder específico. Porém, é fundamental que pertença a uma língua morta, na qual os significados e as pronúncias não sofram a erosão dos regionalismos por causa da evolução da língua. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mantra)
***Sânscrito: é uma língua extinta da Índia, com uso litúrgico no Hinduísmo, Budismo, e Jainismo. É uma das línguas mais antigas da família Indo-Européia. Sua posição nas culturas do sul e Sudeste Asiático é comparável ao latim e ao grego antigo na Europa, influenciando diversas línguas da região. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A2nscrito)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Um passeio pelas religiões do planeta: Budismo

Buda
Oi pessoal! Continuando nossa pequena jornada pelas religiões do mundo, hoje passaremos pelo BUDISMO. Todo o pensamento budista gira em torno dos ensinamentos de Siddhartha Gautama, O Buda (Iluminado), que marcou a sua presença entre a humanidade nos séculos VI e IV a.C.
Existem muitas ramificações do Budismo e não pretendo abordá-las nesse pequeno texto, pois levaria muito tempo de pesquisa e fugiria do objetivo do tema "passeio pelas religiões do planeta", que passaria a se chamar "odisséia pelas religiões do planeta" de tão complexa e detalhada é cada uma dessas ramificações.
Caso vocês queiram uma visão um pouco mais aprofundada sobre a religião budista, entrem no site Wikipédia que lá o assunto está bem mais detalhado, incluindo indicações bibliográficas interessantíssimas (como exemplo, o livro do jornalista Heródoto Barbeiro - Buda: o mito e a realidade, Ed. Madras, 2005). O link é: http://pt.wikipedia.org/wiki/Budismo#Bibliografia.

Mas o meu objetivo é ressaltar os princípios básicos do Budismo, a essência de todo o legado que Buda deixou à humanidade.

É muito interessante o fato de Buda ter nascido na Índia, pois a maioria dos termos e grande parte dos conceitos são muito parecidos com o Hinduísmo (religião que abordarei na próxima segunda), já que possuem uma raiz linguística comum: o sânscrito.

Buda deixou muito claro sobre as causas do sofrimento do Ser Humano, bem como o caminho para superá-las, como encontramos nas Quatro Nobres Verdades:

1º Nossa vida, da forma que conhecemos, só leva ao sofrimento e à dor (física e psíquica), à insatisfação que nunca se cessa (dukkha);

2º O desejo (trishna) como causa do sofrimento, ou seja, o apego do ser ao mundo fenomênico e à falsa identificação com o Eu, com a individualidade;

3º o estado de iluminação (bodhi) só é alcançado quando se cessa o desejo, quando descortinamos o véu da ilusão (maya). Aí sim o sofrimento tem seu fim; e, finalmente

4º esse estado é alcançado pelos caminhos ensinados por Buda.

Esses são os 4 pilares do Budismo.

Acredito muito que Buda deixou algumas dicas de como nossa mente deveria se abrir para as revelações da metafísica que o ser humano iria receber nos 2 milênios seguintes, pois trilhar o Caminho do Meio - principal princípio budista - prega a moderação (não-extremismo), o meio-termo entre os conceitos metafísicos (discernimento), a ilusão da dualidade através do nirvana (perfeita iluminação) e o conceito do vazio (sunyata) que não significa negar tudo o que existe, mas não se identificar com o que é aparente e transitório.


Buda põe fim ao sofrimento através do Nobre Caminho Óctuplo. Não vamos detalhá-lo, mas podemos mencionar seus 3 grupos principais:

Prajna: sabedoria purificadora da mente que se divide em  drsti (a verdade na sua essência) e samkalpa (a intenção, a renúncia, a liberdade);

Sila: a ética, a moral, a abstenção dos atos nocivos;

Samadhi: iluminação que é atingida pela disciplina da mente através de 3 caminhos: vayama (dedicação para o aperfeiçoamento), sati (ver as coisas claramente dentro de si mesmo, sem desejo ou repulsa) e samadhi (através da meditação correta).

O princípio da Impermanência também norteia os seguidores da religião. Esse princípio afirma que a vida é um fluxo constante e nada é imutável. O termo "para sempre" pode ser banido do linguajar cotidiano, quando este diz respeito ao estático, pétreo. Isso lembra muito os pré-socráticos, notadamente Heráclito, quando afirma que um rio nunca é o mesmo... o conceito do "devir".

Para terminarmos, é bom afirmar que o Budismo, como o Hinduísmo e, atualmente, as religiões espiritualistas, também afirma que as consciências têm várias vidas terrenas (Reencaração) e que estamos presos numa roda de ilusão (Samsara), sujeitos à Lei de Causa e Efeito (Karma).

Agora, tendo a liberdade dar uma opinião pessoal, acredito que a Lei do Karma seja a mais coerente com o pensamento científico, já que Karma (do sânscrito: ação) implica que toda ação desencadeia uma reação e, geralmente de igual intensidade. Ou seja, tudo o que fazemos sensibiliza o meio em que vivemos... Resumindo: Não temos nada a reclamar e sim, criar novas atitudes para atrair novos resultados!

É isso gente!!! Muito obrigado por ler esse artigo e desejo à todos uma ótima semana, cheia de ações produtivas e sempre de mente aberta ao novo, abandonando tudo que nos aprisiona a conceitos estáticos e enferrujados... quem sabe assim o sofrimento vai embora... Abraço à todos!!!



segunda-feira, 21 de maio de 2012

Um passeio pelas religiões do planeta: Umbanda

Oxalá (representação)
Oi gente! A partir desta segunda, inicio um pequeno especial aqui no blog Consciência do Presente, onde procurarei colocar a essência de alguns dos inúmeros sistemas de crença do nosso planeta. O objetivo é promover a união na diversidade. A fé que cria pontes e não separa os povos, como temos visto ao longo da história da humanidade. Não podemos esquecer do significado da palavra RELIGIÃO, que, independente da forma, pretende RELIGAR o ser humano à Deus. E quando digo a palavra DEUS, gostaria que ficasse bem claro que todos O entendessem da forma mais ampla possível... com liberdade absoluta, de acordo com a maneira de que cada um de vocês entendem essa forma de manifestação no Universo.

Muito bem! Hoje pretendo abordar brevemente sobre a Umbanda, uma religião muito mal interpretada por muitas pessoas que não conhecem sua origem, propósitos e doutrina. Antes de que alguém pense que Umbanda é coisa de macumbeiro, gostaria de elucidar sobre origem da própria palavra MACUMBA. Para não falhar na definição, retiro um texto do site do grupo Espírita Umbandista Céu Esperança, fundado por um dos grandes estudiosos desse país, o médium Géro Maita, que traz essa palavra dentro da exatidão de seu significado.

Vamos lá:

"A primeira definição de Macumba que se encontra em qualquer dicionário é de: antigo instrumento musical de percussão, espécie de reco-reco, de origem africana, que dá um som de rapa (rascante); e Macumbeiro é o tocador desse instrumento. (...) Macumba é uma madeira extraída de uma árvore na África que compõem o “atabaque” que também é conhecido como “tambor” na tradução do nome acima citado.
Encontramos no cotidiano praticantes de outras vertentes religiosas ligando este nome ao uma possível má ação que seja praticada dentro da Umbanda o que não tem cabimento algum.Para julgar é preciso conhecer e conhecimento é o que mais falta por parte daqueles que julgam. Macumba não denomina culto religioso, mas sim um instrumento de percussão somente. (...)" Fonte: http://ceuesperanca.com.br/textos/o-que-e-macumba/

O surgimento da Umbanda se deu no início do século XX e, à semelhança da forma em que foi revelado o espiritismo, veio pelo plano espiritual, através do jovem médium Zélio Fernandino de Moraes no estado do Rio de Janeiro, mais precisamente em Niterói, no dia 15 de novembro de 1908. Naquela época, o movimento espírita no Brasil se iniciava dentro da dogmática Kardecista e, nos centros espíritas, não se viam manifestações de entidades espirituais de negros e índios, por simples discriminação racial e por "achismos" de que espíritos desse tipo eram ligados à "feitiçarias" e "baixo espiritismo".

Foi nesse contexto que o espírito que se denominava "Caboclo das 7 Encruzilhadas", revelou-se, através de Zélio, dentro da Federação Kardecista de Niterói, afirmando o seguinte:

"Deus, em sua infinita bondade, estabeleceu a morte como o grande nivelador universal. Rico ou pobre, poderoso ou humilde se igualam na morte, mas vocês, que são preconceituosos, descontentes por estabelecer diferenças apenas entre os vivos, procuram levar essas diferenças até além da morte. Por que não podem nos visitar os humildes trabalhadores do espaço se, apesar de não haverem sido pessoas importantes na Terra, também trazem importantes mensagens de Aruanda*? Por que não receber os caboclos e pretos-velhos? Acaso não são eles também filhos do mesmo DEUS?" Fonte: Livro Aruanda, capítulo 1, pág. 29, § 2º por Ângelo Inácio (Espírito); psicografado por Robson Pinheiro.

Daí, surgiu a Umbanda, religião que traz a união dos conceitos doutrinários codificados por Allan Kardec com os conhecimentos das leis da natureza através do contato com os Orixás (palavra de origem yoruba que se traduz, de uma forma mais sucinta, como as manifestações do Grande Deus ou Olorum).

São 10 os fundamentos umbandistas **:


1 – A existência de Deus único;
2 – A filosofia religiosa universal;
3 – A existência dos Orixás, entidades evoluídas e sua atuação nos campos vibratórios da Natureza;
4 – A reencarnação;
5 – A Lei de Causa e Efeito;
6 – A existência de outras vidas, de outros Planos e de outras Linhas de Evolução;
7 – A natureza trina do Homem  – espírito, alma e corpo;
8 – A Mediunidade;
9 – A manifestação dos Guias Espirituais, ainda em evolução nos Planos
intermediários, e que são os mensageiros dos Orixás;
10 – A prática do Bem.


Não pretendo aqui esgotar o tema sobre a Umbanda, só pretendo trazer à tona alguns pontos básicos para elucidar e, se possível, retirar qualquer forma de ideia pré-concebida ou preconceituosa que ouço muitas pessoas dizendo sobre essa valorosa religião!

Um abraço à todos!!!

* Aruanda: plano espiritual
** conforme a ATA DA SEGUNDA CONVENÇÃO NACIONAL DO CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DA UMBANDA – 25 DE AGOSTO DE 1978.