Oi gente! Após quase 2 meses sem publicações, peço desculpas aos leitores e seguidores desse blog, e retomo na reta final dessa pequena jornada pelas religiões do planeta. Hoje o tema é Judaísmo. O Judaísmo é considerado a religião monoteísta mais antiga da Terra.
Mas antes de prosseguirmos, farei uma breve observação sobre o que considero um engano sobre o conceito de MONOTEÍSMO. Esse termo se refere às religiões que acreditam na existência de UM DEUS ÚNICO, ou UM SÓ CREADOR* (sim, crear no sentido de uma essência manifestar a creação). Alguns teólogos consideram algumas religiões - como a egípcia, por exemplo - politeístas, ou seja, a creação manifestada pelo concurso de 2 ou mais deuses. Há que se ter muito cuidado com isso! Algumas religiões e crenças apontam um só Deus como Creador do Universo, embora haja aspectos ou manifestações distintas desse Deus. Por exemplo, no Hinduísmo, temos Braman, o Ser Supremo, a Essência não manifestada. O Trimurti (Brahma, Vishnu e Shiva), bem como o Atman (o ser, a consciência), nada mais são do que aspectos de Braman manifestados. Também na cultura egípcia, encontramos como a essência primordial, Nun (Nu ou Ny), uma única consciência que se manifesta em seus aspectos, Atum, Rá, Chu, Tefnut e por aí vai... Acho muito simplório afirmar que uma religião é politeísta pela quantidade de deidades e nomes, sem notarmos o simbolismo oculto e estudarmos à fundo seus conceitos fundamentais.
Agora, voltemos ao assunto desse blog.
O Judaísmo é a primeira dentre as religiões abraâmicas (cuja origem remonta-se ao profeta Abraão), assim como o cristianismo e o islamismo. A Bíblia é o instrumento principal para se conhecer a história do povo judaico. Em 1800 a.C, de acordo com as escrituras sagradas, Deus faz um pacto com Abraão para que abandone o politeísmo para viver em Canaã (atual Palestina). Isaac, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta , num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos de Jacó dão origem às doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã.
Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.
Em 721 a.C começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica.
No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo judeu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.
A Bíblia judaica é chamada de Tanakh, onde a reunião dos cinco primeiros livros, chamados de Torá, são considerados os mais importantes, pois contam a origem do povo eleito e a sua aliança com Deus. Esses livros também são denominados como Pentateuco pelos cristãos.
Resumidamente, cada um dos 5 livros é conhecido como:
GÊNESIS: conta sobre a criação do mundo e a fixação do povo judeu no Egito;
ÊXODO: conta a libertação do povo judaico da escravidão de 400 anos pelos egípcios e a sua saída da região, liderada por Moisés, bem como a consolidação da Aliança de Deus com os judeus;
LEVÍTICO: é um livro que fixa as normas e legislações que regulam os costumes judaicos, seus calendários e define as práticas religiosas;
NÚMEROS: nesse livro encontramos o mapeamentos das rotas da jornada do povo judaico pelo deserto;
DEUTERONÔMICO: do grego, significa a Segunda Lei ou a Repetição da Lei. São as pregações de Moisés no deserto durante o êxodo (a passagem pelo deserto rumo à Terra Prometida) para reafirmar tudo o que já foi legislado anteriormente no Levítico.
É importante ressaltar que, até os dias de hoje, os judeus aguardam a vinda do Messias. O que não podemos esquecer é que já houve religiosos que permaneceram com a crença no judaísmo, praticando as escrituras, mas aceitando a vinda de Jesus como sendo a chegada do Messias. Esses são os Jerosolimitanos (ver em Cristianismo), são os primeiros apóstolos de Jesus, muito embora não tivessem deixado de lado as suas crenças nos preceitos judaicos.
Como um bom fã do aspecto esotérico das religiões, eu não poderia deixar de lado a CABALA judaica.
A Cabala (ou Kabbalah) é o aspecto metafísico da religião judaica. Não é necessariamente um estudo da maioria dos fiéis. É uma sabedoria prática, uma ciência da alma. Acredita-se que o primeiro cabalista seja o próprio Abraão. Esse ensinamento místico era passado por tradição oral até cerca de 2 mil anos atrás, quando o rabino e místico hebreu, Rav Shimon bar Yochai (não errei... "bar" é com "b" minúsculo mesmo), colocou os ensinamentos em texto sagrado e diz ter recebido do profeta Elias o Zohar.
Zohar é a interpretação mística dos textos do Torá. Na verdade é tão antiga quanto os próprios livros do pentateuco judaico. Também é a fonte mais antiga de sabedoria.
"Por volta do século XIV, a Kabbalah começou a emergir do total ocultamento em que se encontrava. Diz-se que o Zohar foi desenterrado pelos Cavaleiros Templários em Jerusalém e levado de volta para a Europa. Teria sido então que o poder do Zohar começou a se tornar conhecido. É interessante observar que foi nesse período que a lenda do Santo Graal surgiu pela primeira vez. Alguns dizem que o Santo Graal é um livro, possivelmente o Zohar, mas isso é apenas uma especulação intrigante." (Do livro "O Poder da Kabbalah - 13 Princípios para Superar Desafios e Alcançar a Plenitude". Berg, Ehuda, Ed. Imago)
O ponto fundamental dos ensinamentos da Cabala, que eu acho de extrema relevância ressaltar aqui, afirma que, se quisermos reivindicar ou reconhecer nossos potenciais divinos, primeiramente precisamos ser merecedores destes através do trabalho de reconhecimento de nossas fontes de negatividade, para então transformá-las ou transmutá-las.
Bem, meus amigos, acho que é tudo o que posso resumir sobre essa espetacular religião. Ainda não entendo com existem pessoas que menosprezam a riqueza existente em cada sistema de crença. É legítima a nossa escolha, mas ignorar os ensinamentos preciosos que toda a religião carrega, só empobrece a nossa fé.
Muito obrigado e não percam na próxima segunda, encerrando o nosso passeio pelas religiões do planeta, a história sobre o Espiritismo.
Muito Obrigado e até lá!!!
*"A substituição da tradicional palavra latina crear pelo neologismo moderno criar é aceitável em nível de cultura primária, porque favorece a alfabetização e dispensa esforço mental – mas não é aceitável em nível de cultura superior, porque deturpa o pensamento. Crear é a manifestação da Essência em forma de existência – criar é a transição de uma existência para outra existência. O Poder Infinito é o creador do Universo – um fazendeiro é criador de gado."
fonte: http://pt.wiktionary.org/wiki/Discuss%C3%A3o:cria%C3%A7%C3%A3o
A função principal desse blog é muito simples e direta: INFORMAR E ESCLARECER! Trazer até você alguns elementos baseados na minha pesquisa e vivência como empresário, músico e ser humano, já que eu, como você, busco o Auto-Conhecimento e a Compreensão de Mim Mesmo e do Mundo que me rodeia. Esse mundo de hoje que nos isola de entrarmos em contato com o Grande Mestre que habita em nosso íntimo. Aventure-se por aqui! Estamos todos juntos nessa busca! Muito Obrigado pelo acesso!!!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário